terça-feira, 22 de dezembro de 2009

domingo, 20 de dezembro de 2009

Os melhores trabalhos de BLUES

Guitarristas, como vão?

Um bom método de aprendizagem de se tocar guitarra é, acreditem se quiserem, ouvir boa música. Não é à toa que eu acabo os meus ‘posts’ neste blog com “Oiçam boa música (...)”! Quando ouvimos um riff ou uma passagem de guitarra, tentamos logo imitar. Antigamente tentávamos imitar os profissionais pelo método do ‘ouvido’, depois passou a haver livros que ensinavam músicas inteiras de certos álbuns. Por norma são acompanhados por cd’s para tocarmos por cima da música. Agora há os softwares e os ficheiros em MIDI de tablaturas/pautas.

Obtendo seja qual for o método, aprendemos a tocar ‘por cima’ do que queremos, dando uma boa base para tocarmos a tempo,ou seja, saber esperar pelo tempo correcto e atacar as notas na devida altura, nem antes e nem depois do tempo certo.

Nos dias de hoje, temos material acessível para todas as carteiras. O pretexto de ‘não ter tempo’ para aprender ou desenvolver o método da guitarra não se encaixa nos dias de hoje. Há guitarras e amplificadores a preços acessíveis, há cursos na net gratuitos, há livros e cd’s que se pode comprar na net sem sairmos de casa... Basta apenas um pouco de tempo no nosso dia-a-dia. É só terem vontade e... uma boa discografia! Se tiverem uma discografia francamente boa será mais que motivo para ficarem inspirados e com vontade de aprenderem. Gostos à parte, se ouvirem o The Edge (guitarrista dos U2) a tocarem, decerto que não vos motivará muito a aprenderem a tocar guitarra, mas se ouvirem um Eric Clapton, Joe Satriani, Stevie Ray Vaughan ou um Jimi Hendrix, decerto que a história será outra!

Este ‘post’ que escrevo não é para vos ensinar nada, mas quero dar a conhecer uma listagem de grandes guitarristas do século XX, bem como a principal obra que fizeram. Esta listagem foi retirada do Pinguin Guide, sendo uma colecção de livros onde resumem os melhores artistas (dentro de cada estilo musical, sendo cada estilo um livro diferente) e os melhores cd’s ou discos em vinil de cada um deles.

Os livros classificam cada álbum, cuja classificação está entre 1 a 4 estrelas, sendo 4 estrelas a nota mais elevada. Contudo, há uma classificação especial, sendo 4 estrelas mais uma coroa. Só obras excepcionais é que recebem esta nota. São, pois, essas obras que eu compilei e que vos mostro. Tratam-se dos melhores álbuns de sempre, o supra-sumo de cada estilo musical. Obrigatório para quem gosta mesmo de boa música! Não são só guitarristas, há também outros instrumentos predominantes.

Hoje vou colocar à disposição de todos a listagem de grandes cd’s de Blues. Trata-se de um ficheiro para descarregarem à vontade. Descarreguem e vejam a compilação proposta.

Não estranhem a ausência de grandes nomes em cada estilo abaixo mencionado. Os nomes e álbuns referidos são nomes que marcaram uma geração, ou mesmo o século XX. Este livro não foi feito para avaliar a técnica de cada músico, mas sim o que foi produzido no contexto temporal em que se inseria. Foram músicos que marcaram o panorama musical. Muitos outros artistas receberam 4 estrelas em vários cd’s, mas não coloco aqui.

Alguma questão, estarei aqui para esclarecer.

Façam o download do ficheiro abaixo!

Oiçam boa música, estudem, bons riffs e bom Natal!!!
http://www.4shared.com/file/177482011/6308434f/pinguin_blues.html

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

REPARAÇÃO DE GUITARRAS ELÉCTRICAS

Amigos, informamos que efectuamos setups e reparações de baixos e guitarras eléctricas. Reparamos, também, amplificadores de guitarra/baixo.
O setup básico de guitarra/baixo inclui as seguintes verificações e eventuais reparações (se necessário):
- carrilhões;
- braço;
- instalação eléctrica;
- altura da ponte e harmónicos;
- altura dos pickups;
- limpeza do fretboard, corpo e frets
- colocação de cordas e afinação.
Não se muda nada sem confirmação da nossa parte. O material que for necessário substituir será pago à parte.
Para qualquer informação ou esclarecimento de dúvidas relacionadas com estes assuntos, contactem-nos através do nosso formulário, teremos todo o gosto em entrar em contacto convosco.

domingo, 22 de novembro de 2009

APELO À MÚSICA PORTUGUESA

Há uns tempos enviei um email ao Provedor da RTP para contestar o programa “Verão Total 2009” pelo facto de não haver grande divulgação da música de cada região por onde a equipa da RTP foi passando.

Para aqueles que nunca viram o programa, trata-se de um programa que ocorreu durante os meses de Agosto e Setembro, deslocando-se a várias cidades de Portugal, dando a conhecer, tanto a cidade como a região, nomeadamente a nível paisagístico e humano, onde abordavam a gastronomia, festas tradicionais, feiras e outras tradições e hábitos. Teve o seu interesse pois mostra o nosso país, mas era piroso quando os locais enviavam mensagens para os filhos e afins que estão no estrangeiro. Enfim.

E em parte é este o tema que me levou a enviar o email de que vos falei: porque não mostram a música tradicional dessas cidades e/ou regiões? Mostram, é um facto, mas uma pequena parte. Em vez de ir um artista de Lisboa ou algum brasileiro a Trás-os-Montes, porque não chamam apenas artistas desse ponto do país? Porque não mostram mais a nossa música? Em Mértola, por exemplo, foi cantar um artista brasileiro cujo nome não sei, a cantar “Quem é o gostosão daqui?”. Para além da falta de mau gosto da música e sobretudo da letra, ser transmitida em horário nobre (11 horas da manhã) revela tremenda falta de bom-senso por parte da RTP.

Atenção: não estou a criticar a música brasileira. Aliás, a imprensa portuguesa deviam olhar para os seus congénitos brasileiros e aprender um pouco com eles, pois no Brasil dão maior importância à própria música deles do que à música estrangeira. Em Portugal é demais, não ouvimos a nossa própria música. Não vamos ao cinema ver os nossos próprios filmes. Tudo o que é português não presta? Se assim é, então nada do que façamos presta, incluindo nós próprios...

Será possível que nós só sejamos bons no futebol? A comunicação social devia divulgar mais a nossa música, dando mais hipóteses aos nossos artistas. É triste quando não vemos nos tops nem um artista luso... E a questão é esta: se soubessem quantos bons artistas andam por aí... Entristece-me quando o Zé Cabra tem sucesso e os Desso Blues Gang nem conhecidos são... (sim, são portugueses, e bons).

A Antena 3, há uns anos, tinha um programa de música portuguesa que era a “A Quinta dos portugueses”, sendo transmitido precisamente às quintas-feiras. Mas porquê apenas esse dia da semana? São estas mentalidades redutoras que não nos levam a lado nenhum. Felizmente que apareceu, há poucos meses, a rádio Amália. Finalmente!!! Uma estação de rádio que só passa música portuguesa e música mais portuguesa do que esta é impossível!

Obviamente que há muitos artistas portugueses que não têm qualidade nenhuma. Claro que nem tudo interessa, mas há muitos outros no anonimato de topo... Conhecem o Gonçalo Pereira? Trata-se de um guitarrista fortemente elogiado pelo Keith Richard (este conhecem...), afirmando que, se o Gonçalo tivesse nascido nos EUA, já tinha tido o seu sucesso (merecido) há muito tempo. A esta hora talvez já houvesse uma tournee dos G3 com ele! E o Rui Veloso? Que ombreou com o B.B.King uns riffs valentes de blues? Ele recebeu grandes elogios do ‘bluesman’. Podia enunciar tantos outros artistas de grande qualidade...

É necessário mudar mentalidades o quanto antes. Para serem de topo, oiçam boa música, estudem e bons riffs!

domingo, 8 de novembro de 2009

20 ANOS NA QUEDA DO "THE WALL" VIVA A LIBERDADE!!!

Roger Waters há muito que idealiza um mundo em liberdade, sem diferenças sociais, sem pobreza, sem fome, algo tão utópico como um mundo em paz livre e de inter-ajuda entre todos os habitantes desse mesmo mundo.
Na criação do disco THE WALL os Pink Floyd, contam a história de um rapaz, que cresce e se torna adulto mas que viveu toda a sua vida a tentar impludir o muro que o separa de tudo o que ama.
A destruição do muro nesta história criada pelos Pink Floyd é o passo que faltava a quebra de todos os medos. O mesmo devia ter acontecido ao mundo quando este muro da cidade de Berlim caiu. Felizmente na Europa e na Alemanha algumas coisas mudaram e mudaram para melhor. Infelizmente para o mundo parece não ter aprendido nada quando este foi criado, pois existem pelo menos 2 dois países que acham que a melhor solução para resolver a questão de Israel e da emigração mexicana para os EUA é a criação de muros.
Tenham juízo!!!
O mundo precisa é de deitar a baixo todos os muros da indiferença, da fome, do racismo, do anti-semitismo, do anti-islamismo, e de toda a raiva, ódio inveja, ganancia que existe no mundo.
Por isso por favor façam algo para deitar esses muros abaixo, ajudem o mais próximo e não só porque a vossa igreja vos diz para fazer ou porque nos estamos a aproximar do natal e aí vem mais uma onda de solidariedade.
Façam-no porque precisamos de um mundo sem muros culturais, musicais, sociais, humanitários. Façam-no porque se sentem bem a fazê-lo!!!
E já agora façam-no a ouvir a tocar ou a escrever boa música.
Saudações Musicais e viva a LIBERDADE!!!!
Fuserbass

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Tablatura

Boas!!!
Prometido é devido, por isso aqui vai!!
Tablatura, formula simplificada de ler música (geralmente para execução) para quem não sabe, não quer, ou tem preguiça de aprender, ou ler a pauta.
A tablatura pode ter várias linhas no caso da guitarra tem 6 no caso do baixo convencional tem 4.
Pois é como já calcularam a tablatura tem sempre tantas linhas quantas cordas tiver o instrumento em causa.
A tablatura tem exactamente a mesma forma de ser lida como a pauta, ou seja de cima para baixo ( a linha de cima corresponde à corda mais fina e a linha de baixo corresponde à linha mais grossa ou corda de Mi) e sempre da esquerda para a direita.
Um dos elementos existente na tablatura são os números, esses números geralmente colocados em cima de cada uma das linhas correspondem aos trastes e naturalmente onde cada corda deve ser pisada. Por exemplo:A corda de Mi deve ser pisada no 1º, 2º 3º 4º traste, logo a seguir a corda de Lá deve ser pisada também no 1º, 2º 3º e 4º traste, no segundo compasso acontece o mesmo na corda de Ré e na corda de SOl.
É claro que a tablatura não nos dá todas as informações necessárias mas por exemplo no caso de silencio esse é demonstrado na tablatura com a ausência de um ou mais números como se demonstra na figura seguinte.

Podemos assim dizer que a tablatura é uma representação gráfica simplificada do braço do instrumento.Espero que tenha esclarecido algumas duvidas e se não esclareci não se esqueçam de postar nos comentários.

Saudações musicais

Fuserbass

domingo, 18 de outubro de 2009

Cordas para guitarras eléctricas

Alguns seguidores do nosso blog têm-nos enviado mails a pedirem-nos informações sobre que cordas se deve usar nas suas guitarras eléctricas. Ficamos contentes pelos mails, porque demonstra que, quem nos segue, gosta do que escrevemos. Temos poucos comentários aos artigos, mas alguns mails. E nós respondemos com todo o gosto!

Vamos falar sobre cordas? Vamos falar sobre cordas!

Como sabem, num conjunto de 6 cordas para uma guitarra eléctrica, há dois tipos de cordas: as três cordas mais graves, ou seja, o mi (E), o lá (A) e o ré (D), possuem um núcleo interior (um simples fio de aço) revestido por um outro fio em níquel; as três mais agudas, ou seja, o sol (G), o si (B) e o mi (E) não possuem qualquer tipo de revestimento, tendo apenas o fio de aço. Há casos que o sol (G) pode ser revestido, mas essas são sobretudo para guitarras clássicas.

As cordas mais grossas dão sons mais metálicos, possuem um ataque mais imediato e são muito mais sonoras. As mais finas dão tonalidades mais quentes e menos ruidosas. Estas têm a grande vantagem de eliminarem aqueles ruídos desagradáveis provocados pela passagem dos dedos nas cordas e também não são tão ruidosas quando acidentalmente batem nos trastes.

Há várias medidas de cordas. Quando se compra um conjunto, e quando não especificamos a medida, o vendedor entende que é a medida standard e entregam-nos as mais vendidas, ou seja, as .009. Mas o que quer dizer .009? Para já, a medida de referência é sobre a corda mais fina, ou seja, ao mi (E) agudo, e significa a medida do diâmetro da corda. As medidas das cordas são expressas em milésimas de polegada, indicando apenas a parte decimal. Assim, .009” significa que a corda tem 9 milésimas de polegada. As cordas restantes apresentam espessuras que aumentam a partir desse valor.

A escolha das cordas para cada guitarra é uma decisão muito pessoal não há nenhuma bitola por onde nos possamos seguir. Mas uma coisa é certa: para cada estilo de música há cordas que se adaptam melhor do que outras. Para uma utilização regular, sem fazermos vida de músicos, as .009 são boas, porque são “cordas moles”, ou seja, os bends e os vibratos são fáceis de se fazerem. À medida que a grossura das cordas aumentam, estas técnicas tornam-se mais difíceis de se executarem. Não só porque temos de fazer mais força como dá a sensação das cordas irem cortar os dedos... As .012, por exemplo, apenas permite fazer ¼ de bend e com muito custo, tal é a grossura da mesma!...

Vamos ver que cordas alguns guitarristas usam, uma vez que tocam todos os dias e têm uma sensibilidade muito elevada para a escolha das cordas para esta ou aquela música. Jimi Hendrix usava as 3 cordas agudas de um diâmetro fino, para assim tirar mais tonalidades das cordas, ao passo que as 3 cordas mais graves eram relativamente mais grossas, permitindo reproduzir claramente as notas ultra-graves e distorcidas, funcionando muito bem no blues. Joe Satriani, usualmente também usa estas medidas. Nuno Bettencourt alterna entre 009 e 010. Hank Marvin, guitarrista dos The Shadows, tocava com cordas muito grossas. Yngwie Malmsteen usa várias, desde 008-046, 009-042 a 010-046, entre outras medidas. Tudo depende da música que se queira tocar.

Mas regra geral, quem toca principalmente ritmos, ou seja, acordes, deve optar por cordas médias ou grossas para evitarem que desafinem com alguma facilidade, uma vez que quando se toca acordes, a mão direita bate nas 6 cordas com alguma violência. Agora, quem toca solos, deve optar por cordas mais finas pela sua comodidade e facilidade de execução. Tudo depende da guitarra que se tenha, do estilo que se goste de tocar, das técnicas que queremos fazer, do som que queremos tirar da guitarra e da nossa experiência como guitarristas. Para jazz, usa-se cordas muito grossas, para blues um pouco mais moles mas ainda grossas e para rock mais ‘softs’.

Normalmente as cordas são mudadas individualmente quando se vão partindo. Parte-se, por exemplo, a corda de sol (G) e é apenas essa que se troca. Mas como se compra um conjunto de 6 cordas, porque não trocá-las todas? É mais adequado, pois assim, ficam com tensões diferentes em vários pontos do braço. Acabam por desafinar mais, para além do som ficar diferente. Há guitarristas que trocam de cordas em todas as suas guitarras no final de cada concerto! Para uma utilização caseira, ou mesmo tendo uma “banda de fim de semana”, é fundamental irem trocando de cordas com alguma frequência, por exemplo, de 3 em 3 meses. Aqueles que tocam de vez em quando, só mudam de cordas quando estão enferrujadas... as cordas ganham ferrugem porque não são limpas quando uma pessoa acaba de tocar. Passem um pano macio e seco cada vez que acabam de tocar para garantirem maior longevidade nas cordas.

Para acabar gostava de informar o seguinte: quando quiserem colocar cordas mais grossas do que .010,informem-se se o braço é apropriado. Em princípio será, mas era melhor terem a certeza. As cordas exercem uma pressão considerável no braço da guitarra. Quanto mais grossas são as cordas mais tensão cria no braço, empenando-o ao fim de um certo tempo. Mas não se preocupem que todos os braços das guitarras eléctricas são afináveis. Daqui a umas semanas iremos elucidar sobre ver se o braço está afinado e afiná-lo em caso de necessidade.

Espero que tenha esclarecido a todos os que nos colocaram questões sobre este tema e a todos que, não enviando nenhum email, mas que também tivessem dúvidas.

Oiçam boa música, estudem e bons riffs!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

DIA MUNDIAL DA MÚSICA

Dia 1 de Outubro é o Dia Mundial da Música e, aqui no blog, gostávamos de publicar um artigo (grande) sobre a história da música, mas infelizmente não foi possível. Mas pelo menos gostávamos de dar uma palavrinha, por mais pequena que seja.
A música é, para uns uma profissão, outros um hobbie e outros ambas as situações. Seja qual for a sua situação, a música é a única linguagem internacional. É uma forma das pessoas comunicarem sem barreiras e sem obstáculos, sem guerras e sem conflitos. É algo de muito importante numa sociedade, já que cada país está associado a um tipo de música. É algo que faz parte da cultura de cada povo.
Uma actividade tão importante devia de ser mais acessível a todos. Porque é que quando vamos para outro país vemos que os preços dos cd's e dos discos em vinil, entretanto em voga novamente, são mais reduzidos do que em Portugal? Pensamento inevitável é: se os ordenados aqui são superiores do que em Portugal, porque é que a música em Portugal é tão cara? Música não é cultura? Se calhar estamos a divagar, mas se o preço da música em geral fosse mais acessível talvez não houvesse tantos downloads como se verifica actualmente.
Portugal tem problemas de auto-estima. Tudo o que vem lá de fora significa qualidade. Por isso é que ouvimos pouca música portuguesa nas rádios e canais de tv. Mas isso não será culpa dos média? Aponta-se o dedo à, por exemplo, Mónica Sintra, insinuando que a qualidade é muito duvidosa, mas depois vão correr comprar um cd do Marcos. Ao menos a Mónica é portuguesa e merecia mais respeito pela parte dos portugueses. O Marcos, que este sim, é de qualidade zero, anda pelos Tops.
Gostávamos de lançar dois apelos: baixem os preços da música e divulguem mais a música portuguesa. E já!
Oiçam boa música, estudem e bons riffs!
Saudações musicais
Fuserbass e LesPaul

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Escalas

Que belas férias!!

Muito interessantes por sinal, pois pelo que vejo e pelo que recebi, os nossos leitores nunca deixaram de nos acompanhar.

E muito que tiveram para ler graças ao grande LesPaul que muito contribuiu com excelentes post´s sobre guitarra.

Eu por outro lado, tive o prazer de aprofundar conhecimento com um excelente professor de música.

Entre as muitas conversas que tive com ele durante as férias, tive a oportunidade de tratar de alguns assuntos relacionados com os muitos e-mails que chegam através do nosso formulário.

Bom neste momento tenho de fazer aqui uma breve explicação.

É que relacionado com o exercício que coloquei no blog existem muitas pessoas que tiveram dificuldades em ler a pauta, e é por isso que vou tentar a partir daqui explicar tudo o que se encontra nesta pauta e explica-la.

Desta forma se abrirem a pauta vão ver uma coisa parecida com a imagem acima.

Assim vamos começar pelo principio, como já devem ter notado temos 5 linhas e mais 4 secundárias, as primeiras são chamadas de pentagrama as secundárias são chamadas de tablatura (estas variam de instrumento para instrumento e representam as cordas, neste caso são 4 pois é para um baixo de 4 cordas).

O pentagrama resulta da evolução ao longo dos tempos da forma como se escrevia música.
Esta regra estabelecida desde o séc. XI. No tempo dos romanos a escrita da música era realizado numa linha só o que dificultava principalmente a interpretação.

Esta forma simplificada de 5 linhas e 4 espaços permite encaixar toda a simbologia necessária para escrever e ler música.

Outra da simbologia encontrada na fig. 1 é a clave neste caso a clave de Fá. As claves são símbolos que são colocados no pentagrama (no inicio da pauta) com o objectivo de dar ao músico a indicação de como deve ler a mesma. Existem 3 claves básicas, a clave de Sol, Fá e Dó. Tendo em conta a numenclatura europeia, em que a nota musical Dó corresponde à letra C em que Ré a D, Mi a E, Fá a F, Sol a G, Lá a A e Si a B, a maioria dos estudioso acredita que os simbolos das claves são simbolos estilizados das correspondentes letras.
Mas as claves não são utilizadas indiscriminadamente, para cada tipo de instrumento, existe uma clave apropriada. A clave clave de Sol é utilizada em instrumentos agudos como a viola, a guitarra, as flautas, o clarinete, o oboé, violino, etc. É colocada na segunda linha a contar de baixo, pois esta é a forma de se ler o pentagrama, de baixo para cima e da esquerda para a direita.
A clave de Dó destina-se à representação da voz humana se bem que por vezes também pode ser utilizada para alguns instrumentos como as passagens mais agudas do trombone. Mas no que respeita à representação da voz humana esta pode ser colocada no pentagrama em três linhas diferentes, na 3ª representa a voz do Alto, na 4ª linha representa a voz do tenor, e na 2ª representa o mezzo-suprano.
Por ultimo mas não menos importante é a clave de Fá é geralmente representada na 4ª linha e é utilizada para os instrumentos mais graves como o trombone, o violoncelo, o contrabaixo, o fagote e naturalmente o baixo.
Além disto temos a simbologia 4/4 as barras dos compassos, os dois pontos nas barras as notas musicais, mas de tudo isso vou falar no próximo post.
No entanto necessitamos de fazer aqui apelo, um pedido e uma sugestão.
É dirigida a todos os que nos escrevem através do formulário, por favor coloquem as vossas dúvidas nos comentários de cada post, pois isso poupa-nos bastante tempo a responder a perguntas quase iguais, nós apesar de agradecer-mos toda a participação e de querermos cada vez mais existem dúvidas ou perguntas que podem ser deixadas nos comentários dos post´s, que não só nos poupa tempo como podem elucidar muita gente que visita o blog.
Mas queremos deixar aqui um agradecimento muito especial a todos os que têm comunicado através do nosso formulário.
Mas vá lá malta começem a colocar as questões nos comentários.
Saudações Musicais
Fuserbass

domingo, 20 de setembro de 2009

Manutenção de uma guitarra eléctrica

Tenho falado com algumas pessoas, tanto pelo email do blog, como pessoalmente, e vejo que as guitarras são apenas um objecto para se tocar e para nos divertirmo-nos. Correcto, mas e a manutenção? Como a guardam? Onde a conservam? Vou falar dos cuidados que devem ter com as vossas guitarras, tanto a nível de arrumação como de limpeza.
Há quem defenda que uma guitarra deve ser guardada no seu estojo, outros defendem que deve estar em suportes adequados. Uma coisa é certa, deve estar num desses sítios e nunca encostada à parede ou em cima da cama! No estojo, como fica fechado, e se a guitarra não for muito usada, pode ganhar alguma humidade e ficar com aquele cheiro típico a ‘mofo’. Humidade, na parte eléctrica de qualquer equipamento não é nada bom!... Se a quiserem fechar no estojo (o melhor é um estojo rijo) coloquem aquelas saquetas contra a humidade que é bom. Também podem colocar a vossa guitarra nos suportes de chão, mas atenção se há crianças por perto, pois elas podem derrubar a guitarra para o chão com muita facilidade. Anão ser que comprem suportes que a estrutura acompanhe a guitarra e ‘abrace’ o braço. Esses são um pouco mais seguros. Mas eu sugiro suportes de parede. Esteticamente não será a escolha mais acertada (uma questão de gosto), mas os de parede são os melhores.

Suporte de chão para 1 guitarra
Suporte de chão para uma guitarra. Este não agarra a guitarra junto à cabeça,
não sendo muito seguro em caso de uma criança a derrubar.
Suporte para várias guitarras.
Suportes de parede. Cada guitarra tem 1 suporte individual.

Todos os métodos têm prós e contras. Ponderem bem. Seja qual for a escolha, coloquem a guitarra num local fresco, onde os raios solares não incidam. Se não quiserem tocar mais nas vossas guitarras, não as coloquem na vossa arrecadação, pois são locais onde apanham grandes amplitudes térmicas, fazendo o braço empenar, as partes metálicas ficarem enferrujadas, a pintura estalar e ficar baça e a parte eléctrica ficar cheia de humidade.

A manutenção de uma guitarra eléctrica é essencial para que ela dure mais tempo e mantenha o aspecto original. Há coisas mínimas que uma pessoa pode fazer:

- limpar as cordas com um pano macio cada vez que acabemos de tocar para retirar a humidade que as nossas mãos transmitiram, pois é assim que as cordas enferrujam;

- passar um pano (que não larguem pêlo) na guitarra para limpar o pó, sobretudo debaixo das cordas, ao pé dos pickups;

- quando trocarem de cordas (aconselho a trocarem-nas todas quando uma se partir), aproveitem o facto de não ter cordas e façam uma limpeza mais a fundo: há produtos de limpeza específicos para o corpo da guitarra (não usem qualquer produto!) e outros próprios para o fretboard, mas atenção a estes que tem que ser o produto correcto para cada tipo de madeira);

- quando colocarem cordas novas, e depois de as enrolarem correctamente no carrilhão, cortem o excesso da corda com um alicate de corte, pois se guardarem em estojos que tenha pêlo no seu revestimento sem apararem essas pontas, para além de arrancar o pêlo todo do estojo, vai fazer com que se acumule esse pêlo nas extremidades da guitarra que acabam por ir parar ao corpo da guitarra, tanto por fora como por dentro;

- evitem de colar autocolantes na guitarra: mesmo que a guitarra não seja nada de especial, tenham estima por ela e não a decorem com esse tipo de adereço, pois a cola só a vai estragar;

- evitem a curiosidade de retirar os parafusos da guitarra: não lhe mexam! Mais à frente iremos ensinar como trocar o pickguard e aí então vamos falar dos parafusos, pois se há parafusos que podemos mexer à vontade, há uns que não...

- detectem, nas partes metálicas, vestígios de ferrugem...

- rodem os botões de volume e tom e usem o selector dos pickups com alguma frequência, evitando, assim, que certas impurezas e humidade se acumulem na parte eléctrica por falta de uso;

- mantenham a guitarra sempre afinada.

Foram algumas dicas. Tenham cuidado com os produtos de limpeza que usam nas vossas guitarras. Não utilizem produtos caseiros só para pouparem, pois estes são baratos e produtos incorrectos podem estragar a guitarra para sempre, nomeadamente no fretboard. O barato sai caro, nunca se esqueçam disso. Lá pela guitarra ser de madeira, não usem produtos para os móveis... Tenham estima no que é vosso e zelem pelas vossas coisas. Perguntem-me sobre este assunto se tiverem alguma dúvida.

Oiçam boa música, estudem e bons riffs!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Gibson e Fender: um pouco de história

Dando continuidade ao que foi escrito sobre a história da guitarra eléctrica, vou falar um pouco sobre as marcas míticas americanas. Serve apenas para dar a conhecer mais um pouco da história deste maravilhoso instrumento musical.

GIBSON

Fundada por Orville Gibson, em 1890, na cidade de Nashville, Estados Unidos da América, esta companhia dominou sempre o mercado, tanto no ponto de vista tecnológico como no da qualidade e da perfeição estética dos seus produtos.

Desde 1920 que a Gibson teve dois homens-chave à frente desta empresa, sendo eles Lloyd Loar, nos anos 20, e Theodore McCarthy, nos anos 50. Estes souberam transmitir e manter um espírito particular na construção das guitarras. A partir de 1963 faltou esta visão e os instrumentos fabricados passaram a serem bem diferentes aos olhos dos apaixonados pela marca, podendo-se dizer que, a partir de 1969, a Gibson praticamente deixou de existir.
A marca produziu modelos importantes para o mercado: as L5 (1924) e a ES-150 (1935). Esta última foi a primeira guitarra eléctrica a ser comercializada no mercado americano.

Desde a ES-150, a Gibson dedicou-se às semi-acústicas, colocando de lado as acústicas. Assim, a Gibson Super 400, de 1951, e a ES 175, de 1956, atingiram o topo em relação às semi-acústicas, pois são detentoras de uma beleza inquestionável. Para provar isso, a segunda trata-se da guitarra de jazz mais conhecida em todo o mundo.
Após estas guitarras, e para dar uma continuação às guitarras semi-acústicas vocacionadas para jazz, a Gibson produziu, entre outras, as ES-335, ES-345 e a ES-355. basicamente são idênticas, apenas com alterações no hardware.
Gibson ES-355
Entretanto, em 1952 apareceu a Gibson Les Paul, dando início a uma história rebuscada e rica de sucesso. Começou pelo modelo Standard (1952) e Custom (1954), sendo a vez da Junior (1955) e a Special (1958). A partir de 1958, a Standard passou a ter 2 pickups humbuckers e a Custom 3 humbuckers.
Em finais dos anos 50, numa tentativa de renovarem a imagem da casa, introduziram novos modelos de guitarras. Em 1957 e 1958, a Gibson lança os modelos Flying V e X-plorer, respectivamente. São modelos virados para uma música diferente que se começava a ouvir na altura, na linha do alternativo. Música diferente, guitarras diferentes e arrojadas.
Em 1961, a Gibson terminou a produção da Les Paul, iniciando um novo modelo, a SG (Solid Guitar), obtendo alguns resultados positivos. Esta guitarra iria colocar a marca a par dos tempos, tentando revolucionar com o seu formato diferente. Contudo, a guitarra não tinha novidades nenhumas tecnológicas. Continuando a produzir a SG, retomaram a lendária Les Paul, introduzindo cores novas e modelos ligeiramente diferentes. De destacar a Les Paul Robot, da qual já abordei no artigo anterior.

Assim, em 1963, a Gibson tenta roubar clientes à Fender com a nova Gibson Firebird. Em termos de cor são parecidas, com a tradicional sunburst e o som limpo e agudo. O modelo foi fabricado também para melhorar a Les Paul, mas na fase inicial não obtiveram grande sucesso, pois o modelo Les Paul não se substitui...

A marca sempre foi reconhecida, primeiro pela qualidade, e segundo pelos preços elevados. Assim, para chegarem a um mercado de preços mais modestos, a Gibson possui outras marcas, onde garantem uma relação qualidade/preço que tem vindo a aumentar consideravelmente. A marca possui a Epiphone, a Kramer e a Valley Arts, entre outras.

Conhecer e gostar da Gibson é algo que não se consegue explicar, mas a explicação reside em sensações que se vão acumulando ano após ano, depois de se ter examinado cada instrumento e, sobretudo, tocado, falando, ouvindo e estando em contacto com pessoas que já foram contagiadas pelo ‘bicho da Gibson’! As Gibson são objectos tão especiais que qualquer exemplar produzido pela marca ultrapassa a simples natureza do instrumento musical para assumir a de obra de arte.

FENDER

A importância desta marca na história da guitarra eléctrica está patente quando falei a semana passada sobre os modelos Telecaster e Stratocaster.

Clarence Leonidas Fender (Leo Fender) fundou esta casa nos anos 30 do século XX. Os guitarristas sabiam que Leo fabricava guitarras e pediam ajuda para aumentarem o som das suas guitarras nas actuações ao vivo. Os sons dos metais (música country) e do público abafavam completamente o som das guitarras. O peso e o volume delas também eram problemas... Em 1946, debruçou-se de forma séria sobre estas questões. Fabricou alguns protótipos, cedendo-os a vários guitarristas, para que estes pudessem experimentar in loco. Assim, em 1948, nasce uma guitarra que hoje é de culto: a Telecaster (começou por se chamar Broadcaster, mas o nome foi mudado).

Fender Telecaster

Em 1954, nasce uma outra guitarra lendária: a Stratocaster. Por mais anos que a marca dure e por mais modelos que produza, jamais irá ultrapassar a perfeição e a mística deste modelo. A estética é perfeita, desde a caixa de aspecto nada tradicional, com os seus 2 cornos assimétricos, até à forma do resguardo e da cabeça, passando pela disposição dos 3 pickups single-coils; os botões e o selector de pickups estão perto da mão direita para se poder manusear com relativa facilidade a meio de um solo; o resguardo já mencionado, esconde toda a parte eléctrica, podendo ser revista com muita facilidade; entrada para o jack, oblíqua e rebaixada na madeira; o processo de synchronized tremolo (este último não foi inventado, mas muito melhorado). Todos estas particularidades conferem-lhe uma elevada personalidade.

Fender Stratocaster

Com introdução de novas madeiras, descobriu-se que cada madeira possuía uma sonoridade diferente. Assim, muitos guitarristas faziam colecção de Stratocasters: Jimi Hendrix tinha uma colecção invejável delas; David Gilmour possui bastantes na sua colecção, inclusivé uma das primeiras Strats a serem feitas...; Eric Johnson colecciona-as cuja data seja inferior aos anos 80; Eric Clapton é detentor de mais de 100...

Os entendidos dizem que 1964 foi o último ano dos bons instrumentos da marca, pois em 1965, a CBS adquiriu a Fender. Esperava-se, pois, que desta união resultasse bons instrumentos, mas verificou-se exactamente o oposto. Surgiram poucos modelos novos, dando origem a um redondo fracasso. Há várias teorias e algumas conculsões para esta queda: talvez Leo Fender tivesse descansado sobre os louros dos modelos de grande sucesso; talvez tivesse feito melhor em arranjar melhores projectistas e técnicos, pois os que a casa tinha modificaram os modelos principais da marca, piorando-os.

Mas a CBS foi positiva em relação ao aumento notável do número de exemplares construidos todos os anos. A marca também se aventurou na comercialização de acessórios e amplificadores.

Numa tentativa de chegar ao mercado económico, a marca criou 4 novos modelos. Em 1956, apareceram a Duosonic e a Musicmaster. A Mustang (1964) e a Bronco (1969) são praticamente iguais, sendo diferente apenas nos pickups.

Fender Duosonic e Musicmaster

Fender Mustang e Bronco

O modelo Jaguar nasceu em 1961, que nas intenções da Fender, era para representar o modelo de ponta. A guitarra foi e permanece com sucesso em alguns tipos de música, nomeadamente a chamada surf music, jazz e indie rock. Nos anos 90 do século XX, houve uma explosão de popularidade deste modelo com o rock alternativo.

Fender jaguar

Entre 1970 e 1973, foi um período de modificações de toda a gama da Telecaster, mas apenas ao nível de hardware, sem alterarem a estética original.

O ano de 1975 está associado ao pior erro da Fender, ao produzir a Starcaster, uma guitarra semi-acústica produzida para combater as semi-acústicas da Gibson. A guitarra nunca teve sucesso, apesar de ter havido alguns músicos de topo que a tivessem usado (a Fender ter-lhes-à pago?). A guitarra foi produzida entre 1976 a 1977 e depois entre 1980 a 1982.

Fender Starcaster

Para tentar remediar a situação, a Fender lançou dois novos modelos: a Lead I e a Lead II, obtendo um sucesso relativo. Mais tarde apareceu a Lead III.

Fender Lead I, II e III

A Fender é uma marca que ficou marcada pelas 2 grandes criações: a Telecaster e a Stratocaster. Houve várias apostas na tentativa de introduzir novas guitarras para tentarem não ficarem conhecidos apenas por aqueles dois modelos, mas sem sucesso. Teria sido bem melhor se tivessem apostado apenas nesses dois modelos, para além dos dois baixos notáveis (Jazz Bass e o Precision Bass), do que terem tentado renovar a gama existente.

Nestes últimos anos, numa tentativa de baixar os custos de produção, a Fender deslocou as suas fábricas para outros países, mantendo a produção nos Estados Unidos. As guitarras do Japão foram bem vistas, mas as fabricadas na China e no México nunca foram bem aceites. Não sei o que diga, pois a Fender tem uma marca e uma imagem a defender. Não podem produzir uma Stratocaster de má qualidade. Decerto que não terão a mesma qualidade das americanas, mas são guitarras bastante boas.

A Fender é uma marca de topo. Marca de eleição, motivo de orgulho, sempre foi vista como uma marca distinta: havia guitarras e havia a Fender. Hoje em dia é um verdadeiro culto ter pelo menos uma guitarra desta marca. Os coleccionadores devoram leilões e rondam quem possua uma Fender antiga para as adquirir. Uma colecção cara que só alguns podem realizar.

CONCLUSÃO

Muito mais havia por dizer, apenas resumi 2 histórias que têm um ponto em comum: a música. Foquei os principais marcos da duas marcas, tanto pela parte positiva mas também pelo lado negativo.

Ambas as marcas devem tudo à música, e a música deve tudo as elas. Os seus criadores foram visionários, pessoas que não viveram no seu tempo. Orville Gibson faleceu a 21 de Agosto de 1918 e Leo Fender a 21 de Março de 1991. Duas gerações diferentes que merecem todo o respeito e agradecimento por todas as gerações presentes e futuras.

domingo, 23 de agosto de 2009

Origens da guitarra eléctrica

A guitarra eléctrica teve origem em algo muito simples: aumentar o som das guitarras acústicas. No início do século XX, nos concertos de jazz, o som da guitarra era completamente abafado pelo piano, bateria e pelos metais. As primeiras tentativas de ampliar o som de uma guitarra aconteceram em meados dos anos 20 do século passado por investigadores profissionais que trabalhavam para fábricas de instrumentos musicais.

Inicialmente começou-se por colocar um microfone à frente da caixa da guitarra e posteriormente no interior da mesma, originando o aparecimento do chamado “efeito Larsen” (vulgo feedback). Como o microfone tinha muita potência, o som saído pelo amplificador era novamente captado pelo microfone instalado no interior da guitarra, fazendo um loop sonoro cujo resultado é um som estridente e desagradável. Para se evitar esta situação, passou-se a instalar um microfone mais fraco. A solução foi uma cabeça de gira-discos em vários pontos da guitarra. Duas pessoas adoptaram este método: Les Paul (guitarrista, projectista e construtor de guitarras) e Fred Tavares (viria a ser engenheiro-chefe da Fender). Não era a opção mais correcta, mas foi o início para outros voos mais altos.

Em meados dos anos 20 do século XX, já havia grande preocupação em resolver o problema de falta de som. A marca Gibson revolucionou a técnica de construção, fabricando, pela primeira vez, um modelo acústico baseado nos violinos: a tradicional boca desaparecia, surgindo os dois “f” de cada lado do tampo, característica notória das guitarras de jazz. Com abertura reduzida, eliminava-se o efeito de feedback, mas não a falta de som. Um dos modelos foi a Gibson L5.

Gibson L5

Nesta altura, surgiu a marca de guitarras Nacional, que inventou o modelo Ressonator: a própria caixa, em alumínio, tinha um sistema complexo que captava as vibrações das cordas por 3 cones, amplificando o som de seguida. Tanto a guitarra em “f” como a Ressonator têm sucesso nos nossos dias.

National Ressonator
Em 1931, a marca Rickenbacker inventou um vibrador magnético que o instalou numa guitarra, resolvendo, por fim, o problema da falta de som! Este vibrador é conhecido por pickup! Esta invenção solucionou tão bem o problema da falta de som, que praticamente nada mudou desde essa altura. Um pickup é constituído por uma pequena barra magnética em volta da qual estão enroladas várias espiras de fio de cobre finíssimo. As vibrações das cordas modificam o campo magnético do íman; os condutores captam estas variações que, transmitidas ao amplificador sob a forma de corrente eléctrica de baixa tensão, são transformadas em som. Com o passar dos anos, o íman central foi substituído por 6 mais pequenos, sendo 1 por corda.
A Gibson foi a marca a comercializar a primeira guitarra verdadeiramente eléctrica: a ES-150. Este modelo foi rapidamente aceite pelos grandes guitarristas da altura, que ajudaram na divulgação da guitarra, como por exemplo, Charlie Christian. Aliás, o pickup da ES-150 é conhecido por Charlie Christian.
Gibson ES-150
A seguir à 2ª Guerra Mundial, surgiu um novo problema: os guitarristas de country, nas suas actuações em rodeos, ainda se queixavam da falta de som em relação ao excesso de barulho que o público fazia. Também se queixavam do excesso de peso e de volume das guitarras. Leo Fender tinha constantes visitas de guitarristas a queixarem-se destas maleitas. Assim, em 1946, a Fender debruçou-se no estudo de uma guitarra que representasse uma solução para estes problemas. Cedia protótipos de guitarras que ia concebendo a vários guitarristas, para estes as usarem em palco e em estúdio para verem os seus desempenhos, numa tentativa de fabricar uma guitarra quase isenta de falhas. Assim, em 1948, nasceu uma das primeiras guitarras designadas solid body, a Fender Broadcaster. Este nome foi mudado para Telecaster por uma questão burocrática.
Fender Broadcaster
4 anos depois, apareceu uma guitarra excepcional: a Gibson Les Paul. Talvez só alguém ligado a design possa apreciar plenamente a absoluta perfeição da forma deste instrumento. Foi uma guitarra revolucionária, embora tecnicamente não tivesse muitas inovações. De início foi feita para jazz, mas ao longo dos anos adaptou-se a todos os estilos musicais.
Gibson Les Paul
Em 1954 nasce outra grande guitarra lendária:a Fender Stratocaster. Esta é a guitarra mais conhecida em todo o mundo. A estética é simples e igualmente perfeita, revolucionando com os seus 2 ‘cornos’ que a caracterizam, com a entrada do jack escavada na madeira, com o botão do volume perto da mão direita e com o synchronized tremolo, permitindo um vibrato muito bomatravés da alavanca de vibrato, mantendo a afinação das cordas da guitarra.
Fender Stratocaster
Todas as marcas de guitarras eléctricas baseiam-se nestes modelos que acabei de referir. Estes, são, pois, modelos de referência no mundo musical. Brevemente irei abordar um pouco da história e os principais modelos das duas grandes marcas americanas: Gibson e Fender.
Oiçam boa música, estudem e bons riffs!