segunda-feira, 2 de agosto de 2010

MARK KNOPFLER EM LISBOA

Diz-se que o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita. Se não é bem assim, o ditado anda lá perto. No concerto de Mark Knopfler foi um pouco assim: logo na primeira música e no solo final, a guitarra não estava afinada ouvindo-se umas sonoridades que não se encaixavam nos acordes dominantes do tema tocado. Perante isto, Mark knopfler ordenou aos restantes músicos que terminassem o tema, trocando a guitarra ‘defeituosa’ por outra. Começou mal...

O concerto foi diferente de todos os concertos que já vi do Mark Knopfler: vi-o a primeira vez em Alvalade com os Dire Straits e 3 vezes a solo. O Mark nunca foi um músico frenético, sendo sempre criticado por isso. Mas neste teve sentado o concerto inteiro, fruto de uma grave lesão que tem na coluna provocada por um acidente de moto há uns anos. Estavam 8 músicos de grande qualidade em palco, o que proporcionou belos momentos musicais. Temas impecavelmente tocados e, pela primeira vez num concerto de Mark Knopfler, senti que os músicos interagiam e forma alegre e divertida ao tocarem certos temas.

Apesar da (elevada) qualidade dos músicos, um espectador que vá a um concerto de Mark Knopfler quer ouvir... Mark Knopfler... E isso não aconteceu muito. Quem me conhece sabe que o artista em questão é o meu ‘guitar-hero’, a minha grande referência musical. Mais tarde é que descobri outros guitarristas. Portanto não me é fácil escrever estas linhas, mas o Mark não fez aqueles riffs de que uma pessoa está à espera de ouvir. Solos simples, nada complexos e calmos, nada proporcionais à qualidade do guitarrista. Só esporadicamente é que fez os seus solos.

Cheguei a pensar que ele não tocou mais porque não estava para isso, ou para dar protagonismo aos outros músicos, ou cansaço normal de final de digressão. Mas o mais certo é que Mark Knopfler está numa altura em que faz o que quer pelo estatuto que foi conquistando ao longo da sua (extensa) carreira musical. Nota-se, de concerto para concerto, um 'desligar' dos Dire Straits (apesar de terem estado 2 ex-companheiros no palco) e uma ascenção do seu estilo actual.

O concerto foi no Campo Pequeno no dia 27 de Julho. A acústica estava excelente! Continua-se a notar maior euforia quando são tocadas músicas dos Dire Straits (Sultans of Swing, Telegraph Road, Romeo and Juliet, Brothers in Arms e So Far Away) apesar de serem tocadas um pouco mais calmas do que o habitual. Contudo, houve grandes temas muito aplaudidos da sua carreira a solo (Speedway at Nazareth, Hill Farmer’s Blues, Marbletown e Piper to the End entre outras).

Grande, grande som da Les Paul, grande som com a Pensa, bom som da Stratocaster e som mau com a National (culpa dos engenheiros... não se ouvia...). Os sons dominantes da noite foram os celtas, blues, country e folk, a que Mark Knopfler nos habituou a solo.

Foi um concerto para ‘mark knopflerianos’ onde a sala estava cheia. Por mim ele pode voltar brevemente que estou pronto para o ver novamente. Há que saber envelhecer com estilo e Mark Knopfler está a fazê-lo bem (vai fazer 61 anos brevemente). Contudo, fica uma saudade de ouvir sons do Alchemy...

Quem quiser comprar alguns concertos desta digressão (USB ou MP3), inclusive o de Lisboa, pode fazê-lo aqui:

http://simfylive.com/en/shop/29388/live-recordings/Mark-Knopfler.html?et_cid=16&et_lid=47318&et_sub=markknopfler_com_590

Já agora desafio toda a gente que queira comentar algum concerto que tenham assistido para o exporem no blog.

2 comentários:

  1. Alguém que concorde comigo...Mark knopfler não é o mesmo que Sire Straits. Discordo que o concerto tivesse bom som, pois a sala não ajuda, foi feita pra Toiros e não para concertos...Mas mesmo assim foi melhor que há 2 anos...

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  2. Há 2 anos não fui ver, e também nunca tinha ido ao Campo Pequeno, mas eu gostei do som. Estava em pé, mais ou menos ao pé dele numa posição central, e achei o som bastante aceitável.
    Obrigado pelo comentário.

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