domingo, 9 de agosto de 2009

Compra de Material (parte 4)

Gostava de vos falar sobre como optarem por comprar uma guitarra de qualidade média/alta. Uma guitarra assim, por norma é a escolha acertada para uma segunda guitarra, pois à medida que uma pessoa vai tocando e progredindo, o nosso ouvido vai ficando mais apurado, e assim sentimos que a nossa guitarra fica um pouco àquem daquilo que seria um bom som.
Quando alguém toca há alguns anos e se se entusiasma, tem duas opções: ou coloca uns pickups bons na primeira, dando-lhe uma nova alma, ou compra uma nova. Aqui vai uma série de atenções a ter em conta: pickups, tipo de madeira do corpo e braço, ponte (bridge) e carrilhões.
PICKUPS
Os pickups são os grandes responsáveis pelo som da guitarra e, sobretudo, pelo som pessoal de cada guitarrista. É um tema tão complexo que não vou entrar muito nele. Mas há quem goste mais de um som mais limpo ou mais distorcido. Tudo depende do tipo de música que gostamos de tocar. Os estilos blues ou jazz utilizam uma sonoridade cheia de frequências médias; o country, por exemplo, já vai chamar mais agudos; rock/metal utilizam som distorcido.
Há 2 tipos de pickups: os single-coil e os humbucker. Se virmos uma Fender Stratocaster, utilizam 3 pickups single-coil; se virmos uma Gibson Les Paul, utilizam humbucker. Depois há marcas que fazem misturas de tipos de pickups, para se obter uma sonoridade que só aquele instrumento tem. Por exemplo, os pickups junto à ponte têm pouco poder de ataque (a tensão das cordas é diferente), por isso coloca-se 1 humbucker porque tem mais power. Regra geral, com os single-coil obtém-se uma sonoridade mais limpa, ao passo que com humbucker é uma sonoridade mais quente e vincada. Os primeiros estão muito associados a blues, pop e rock ligeiro, ao passo que os segundos estão associados igualmente ao blues, country, jazz e ao rock pesado.
humbuckers que necessitam de uma pilha de 9v. São os chamados pickups activos. Os que não usam este sistema são chamados de passivos. Os primeiros são muito utilizados nas guitarras destinadas a metal, pois o som fica muito distorcido, ficando com um power incrível. Mas atenção que há muitos guitarristas que dizem que, altera tanto o som, que parece outro instrumento menos guitarra.
Há muitos pickups com várias sonoridade e, sobretudo, vários preços... Mesmo que toquem pouco, vão a uma loja (grande, de preferência) de venda de instrumentos e peçam para darem uns toques em várias guitarras com vários pickups.
MADEIRAS
Dizem que influencia grandemente a sonoridade da guitarra eléctrica. De qualquer das formas, há madeiras que ganharam fama, havendo grande procura pela parte de quem quer uma boa guitarra. Pelo que já pude constatar, a qualidade da madeira em relação ao som, sobretudo de uma guitarra eléctrica, é de uma percentagem baixa, mas alta em relação à resistência e durabilidade da própria guitarra.
Regra geral: para quem goste de pickups single-coil, uma madeira muito usada é o maple; para pickups humbucker, o mogno. Pelo menos, nas melhores é assim. Mas isso é muito relativo. O importante é a madeira ser densa e que escoe bem a sonoridade das cordas. Madeiras boas são o maple, mahogany (mogno), alder, basswood, brazillian rosewood, entre tantas outras... Estas são consideradas madeiras nobres.
A madeira do braço da guitarra é também deveras fundamental. Os principais tipos de madeira são o maple, rosewood, mahogany, pau ferro e basswood. Convém que o braço tenha 4 parafusos a segurar ao corpo, pois dá mais estabilidade do que 3. O parafuso de afinação do braço deve ser na cabeça, pois assim permite uma afinação muito simples sem termos de desmontar o braço.
PONTE (bridge)
Há 3 tipos de bridges para guitarras eléctricas: synchronized tremolo, floyd-rose e non tremolo.
A ponte designada synchronized tremolo é, por exemplo, de uma Fender Stratocaster. Empurrando o tremolo contra a guitarra, nota-se uma pequena oscilação descendente na sonoridade do que está a ser tocado. A bridge afasta-se ligeiramente do corpo da guitarra, voltando ao normal assim que se solte o tremolo. Praticamente que não se verifica desafinação nas cordas. Este tipo de bridge é o mais usado nas guitarras.
O processo floyd-rose é muito usual nas guitarras designadas de ‘metal’. Altamente sensível no tremolo, parece que a ponte está desligada do corpo da guitarra. Ao contrário do anterior sistema, desloca-se, tanto para a frente como para trás, provocando descidas e subidas de tom. Permite realizar notas bastante agudas. Se um guitarrista exagerar nos tremolos, provavelmente as cordas desafinam. Dá mais trabalho afinar e substituir cordas com este processo.

O processo non-tremolo, tal como diz, não permite realizar tremolos através da ponte, sendo esta fixa. Se o guitarrista quiser fazer um tremolo, terá que ser com a mão esquerda, subindo e descendo a corda tocada. É exemplo a Gibson Les Paul. É um tipo de bridge que mantém as cordas afinadas por mais tempo, relativamente às outras bridges. Esta explicação deve-se ao facto da bridge ser totalmente fixa ao corpo da guitarra.

CARRILHÕES

É muito importante uma guitarra ter bons carrilhões para as cordas não desafinarem. Há marcas muito boas. Não olhem para a aparência deles, pois há uns que esteticamente deixam um pouco a desejar, mas são francamente bons. Por norma é uma peça que os compradores não dão muita importância, mas é deveras fundamental para que não estejamos sempre a afinar o instrumento.

Curiosidades: há uns novos jogos de carrilhões que só temos que colocar a corda no orifício. O carrilhão afina automaticamente... Mas estes, penso eu, que não vêm a acompanhar guitarras de qualidade, vendendo-se, apenas, separadamente. E há um modelo da Gibson Les Paul, intitulada Robot, que afina sem termos de mexer nos carrilhões!

Há outros elementos que são também importantes numa guitarra, mas que são quase sempre ignorados. Tratam-se de elementos que, por norma, só músicos profissionais têm a sensibilidade de alterar, sendo eles a pestana, os frets, o raio da curvatura do braço, os dots (marcadores de escala), entre outros.

O meu conselho é que entrem em contacto com as marcas de cada elemento da guitarra, pelo menos as marcas principais. Familiarizem-se com os nomes correctos. Assim, já podem ter uma ideia do que querem e falarem à vontade com o vendedor.

Oiçam boa música, estudem e bons riffs!

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